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Vida solitária ou escolha vivente?

A solidão sempre foi um grande tema para mim, ou sobre como nós reagimos diante dela. Em certo sentido nós sempre estivemos só desde o nascimento, e será assim até o fim de nossa vida. Mas existem momentos que aparentemente não nos sentimos só. Em geral, estes momentos são aqueles que estamos envolvidos em algum projeto que nos alimenta. Alguma atividade que nos faz sentir importantes ou criativos, ou ativos, ou que aquilo que nos envolve aparentemente é importante para mais pessoas. Ao que parece, queremos mudar o mundo. Imprimir nossa marca nele.

Comigo não é diferente. Sempre que tenho uma nova ideia, mergulho nela até que se realize. Foi assim com meus livros, o Sarau das Artes dos Artistas Livres, meu doutorado em Portugal, meu canal no YouTube poesiamundo, o doutorado na UFSC, o Mulherio das Letras de Santa Catarina e agora meu novo empreendimento, o Jornal Poesia, um tabloide impresso para a publicação e divulgação das poetas brasileiras.

Estou realmente muito motivada com o Jornal Poesia, mas me vi pensando sobre solidão em meio a toda correria de sua produção. Pensando sobre o quanto de minha vida é dedicada aos projetos que crio. O quanto de mim é dedicada à poesia. E posso responder sem sombra de dúvida, 100%. Ao perceber que estou integralmente entregue a tudo o que amo e desejo é que veio a questão: esta é uma estratégia para escapar da solidão? É a maneira que arrumei para não sofrer o que todos um dia sofrerão? É minha forma de esquivar de relacionamentos tóxicos, de não necessitar de companhia em meus momentos de silêncio. Confesso que que isso tudo passou pelos meus pensamentos, mas daí percebi algo ainda maior: eu gosto da solidão. Eu me dou bem com ela. É na solidão que crio e consigo com que a poesia se revele aos meus olhos. É o silêncio que me faz acalmar, para entrar na profunda realidade poética.


Diante disto, percebi que a própria questão era uma forma de sabotagem. Poucas pessoas têm o privilégio de fazer o que quer o tempo todo em seus dias. É mesmo uma condição indescritível acordar todos os dias e dedicar meu tempo, o ativo mais precioso que tenho, à minha vida. De uma forma quase desconcertante, dedico minha vida ao meu viver. Como poderia dar errado? Como podeira ser ruim? Muito pelo contrário, nada pode dar errado, pois já estou fazendo o que quero. Estou vivendo o caminho, não preciso chegar à lugar algum. Eu já estou no lugar, já sou o que quero ser. Como diria a música do poeta: “o melhor lugar do mundo é aqui e agora”.

Isto pode mudar? Quem sabe?

Apenas posso dizer é que se mudar é porque também mudei e está tudo bem.

Eu incentivo fortemente a todas as pessoas que leem esta coluna: viva! Esta é a única possibilidade real.

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